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Clube de leitura

Porque ler é um prazer que deve ser partilhado

Clube de leitura

Porque ler é um prazer que deve ser partilhado

A Festa do Chibo - Mario Vargas Llosa

31.10.11, Jorge Soares


Esta obra literária retrata o clima de opressão, medo e terror vivido na República Dominicana durante o governo do ditador Rafael Leónidas Trujillo, mais propriamente os momentos que antecedem o seu assassinato e o lento processo de democratização do país, protagonizado pelo presidente Joaquim Balaguer.

É curioso perceber como as personagens se vão movendo conforme os seus próprios interesses, passando por cima daquilo que sabem ser moralmente correcto, sem qualquer tipo de arrependimento, não hesitando passar para a antítese do que defenderam durante anos não só como forma de sobrevivência, mas sobretudo pela ambição do poder. Faz lembrar um pouco a questão da evolução de Charles Darwin: os indivíduos que sobrevivem não são necessariamente os mais fortes ou mais inteligentes, mas sim os que se conseguem adaptar.

Isso explica como personagens que eram apoiantes directos do governo de Trujillo, adolando-o, prestando-lhe culto como um "Deus", humilhando-se para o servir, se conseguem adaptar às mudanças políticas que emplicaram o assassinato do "chefe supremo" e no momento da transição democrática aparecem a insultar a sua memória e como representantes da mudança e da liberdade...

É curioso como a memória dos povos é curta e se esquecem frequentemente dos horrorres cometidos pelos regimes ditatoriais, neste caso em particular havia pessoas que simplesmente desapareciam de um dia para outro, caso se suspeitasse que nutriam algum tipo de sentimento anti-Trujillista eram perseguidos, torturados e frequentemente assassinados da forma mais cruel possível, acabando entregues a voracidade de tubarões.

É um bom livro para reflectir sobre até onde vai a sede de poder de alguns seres humanos, confesso que nalguns momentos achei completamente arrepiante a descrição das turturas sofridas pelos assassinos de Trujillo, todos os pormenores, os cheiros, os sons são descritos de tal forma que parecemos ver e vivenciar os acontecimentos. É impressionante depois perceber como os assassinos do ditador e as suas respectivas famílias (inocentes) foram primeiro perseguidos, apontados e entregues pela própria população às forças dos Serviços Inteligentes, acabando a maioria por falecer devido às torturas; e depois de mortos, já durante a democratização do país, serem considerados heróis da Pátria...

Algo que achei também bastante interessante ao longo do livro é que o autor vai-nos dando as diferentes facetas e as perspectivas das personagens, aquilo que os move, as suas paixões, os seus dramas individuais...

Concluo referindo que mesmo tendo noção de que se trata de História ficcionada gostei bastante do livro e recomendo a todos que gostem de pensar.

 

Post do Black Bird

O Rei do Mercado - Juliette Benzoni

25.10.11, Jorge Soares

O rei do Mercado - Juliette Benzoni

 

As férias da Páscoa foram molhadas, no Alentejo foram muito molhadas, tal como o ano passado fomos para o Zmar, só que ao contrário do ano passado, esta vez não deu para grandes maratonas fotográficas e nem chegamos a ir à Zambujeira do Mar.. muito menos à praia.

 

Uma das melhores coisas deste parque de campismo é que tem livros para emprestar, é uma pequena biblioteca com titulos de autores conhecidos, já tinha lido muito do que por lá está, a P. pegou neste O rei do Mercado quase ao acaso, ela sabe que eu gosto de romances históricos pelo que achou que seria uma boa sugestão para mim.

 

Nunca tinha sequer ouvido falar nem da autora nem do livro, percebi depois que este o Rei do Mercado é o segundo livro uma trilogia, chamada Segredo de Estado e narra a vida de Silvie, uma jovem que foge primeiro aos assassinos da sua família e mais tarde quando já é uma das damas da Rainha, para salvar a sua própria vida. Em ambos os casos é salva por um jovem da nobreza Francesa pelo que nutre um amor tão grande como impossível de se realizar.

 

Toda a história se passa na França de Luis XIII e retrata a vida da corte, os jogos de poder, as intrigas, paixões e traições da nobreza francesa desta época. Com o desenrolar da trama vamos tomando conhecimento de uma serie de acontecimentos da história da corte francesa que pelo menos para mim eram mais ou menos desconhecidos e que envolvem as guerras com a Espanha, a intrigas palacianas de Ana de Áustria e os jogos do poder que foram utilizados pelo  temível cardeal Richelieu e que marcaram uma época na história da Europa.

 

É um livro bem escrito de leitura leve e que deverá agradar a quem como eu gosta de romances históricos, é de certeza um bom livro para levar nas férias.. especialmente se estiver de chuva.. a mim deu-me para duas tardes... e fiquei com vontade de ler os dois volumes restantes da trilogía.

 

Sinopse

 

Trama, segredos e paixão. Ao rigor histórico Juliette Benzoni alia um ritmo de aventura, romance e conluios pelo poder. Num vigoroso e efervescente retrato da corte francesa dos séculos XVII-XVIII com o seu luxo e decadência, amores e traições, escreve um contagiante romance histórico em três volumes. Da fuga da pequena Sylvie de Valaines, que escapa a vingança de Richelieu, à cumplicidade que terá com a amante de rei, e o segredo que guarda sobre o nascimento do delfim Luís XIV que se dirá Rei-Sol, atravessamos - em três títulos - um período envolto em segredos e mentiras.   Confessa leitora de Alexandre Dumas, apaixonada pela História, a autora francesa tem mais de 300 milhões de leitores por todo o mundo. E percebe-se porquê: lendo o primeiro logo queremos continuar-e-continuar na sua viagem no tempo.   Casados há mais de vinte anos, sem que a rainha tivesse ainda dado à luz um herdeiro, o súbito milagre veio alegrar a corte mas também lançar viperinos boatos sobre a verdadeira paternidade do príncipe herdeiro. Se em «O Quarto da Rainha» Sylvie se torna a portadora de um segredo real, em «O Rei do Mercado» ela paga bem caro a sua lealdade. Reconhecida pelos que assassinaram a sua família, é obrigada a casar com o terrível La Ferrière que a viola na noite de casamento. Desorientada, foge e é novamente encontrada, por acaso, por François que a esconde e faz espalhar a notícia da sua morte. Estará assim a salvo?

 

Post do O que é o Jantar?

 

Jorge Soares