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Clube de leitura

Porque ler é um prazer que deve ser partilhado

Clube de leitura

Porque ler é um prazer que deve ser partilhado

Samarcanda de Amin Maalouf

16.03.10, Abigai

Como julgo já aqui ter dito, sou uma apaixonada por livros.

Infelizmente para quem precisa de um livro por semana, o investimento é muito elevado. Por isso, aproveito todas as promoções ou oportunidades para adquirir livros económicos. Compro livros novos e semi-novos em conta e não perco as revistas que por mais um pouco permitem a aquisição de algum livro.

Assim, aqui há tempos comprei uma das colecções da revista “Sábado”. Claro que corro o risco de não gostar de um determinado livro, mas como para mim é fundamental ler, qualquer um serve e por norma, leio-os todos até ao fim.
 
Este livro – Samarcanda de Amin Maalouf –, é da colecção “Sábado” e não posso ter ficado mais agradada com a história, as descrições, as paisagens, etc…
Apaixonei-me logo na primeira frase do livro – "No fundo do atlântico, há um livro. É a sua história que eu vou contar. Talvez lhe conheçais o desenlace, os jornais relataram-no..." – , inspiradora e que convida de imediato a uma leitura misteriosa.
 
Sinopse
Escrito no estilo colorido e poético dos velhos contos orientais, eis-nos perante um romance que é ao mesmo tempo uma apaixonada meditação sobre a verdadeira essência da Pérsia, aqui abordada sucessivamente em dois períodos cruciais da sua história: A dominação da dinastia turcomana dos Seljúcidas, nos séculos XI e XII. O dealbar do século XX em que despontam os anseios de reformas democráticas e de emancipação patriótica.
Na primeira parte, assistimos ao desabrochar do génio de Omar Khayyam, poeta, filósofo, matemático e astrónomo, em cujo livro de quadras, os Robaiyat, se espelha e refugia a natureza profunda da Pérsia, dilacerada entre o jugo do invasor e o fanatismo de um dos mais radicais avatares do xiismo, então nascente com autêntica feição nacional: a seita dos Assassinos.
Na segunda parte, redigida num tom onde a ironia se casa frequentemente com a amargura, narram-se as tentativas de afirmação nacional e democrática do povo persa, agora, no começo do século XX, sob o mando absoluto da dinastia autóctone dos Cajares, aliada às potências europeias, mormente a Rússia e a Inglaterra. Tentativas frustradas, porquanto norteadas por valores ocidentais, de cunho excessivamente nacionalista e empírico, alheios à tradição espiritual persa.
Em jeito de alegoria final e símbolo deste malogro, o Manuscrito de Samarcanda, que encerra os poemas escritos pelo próprio punho de Omar Khayyam, irá afundar-se no Atlântico, enclaustrado no interior do Titanic, irrisório e trágico, florão da técnica ocidental. Ao ocultamento de tão perene rosto da Pérsia, seguir-se-á o desaparecimento da princesa Chirine, encantadora personagem feminina, guardiã da alma da sua nação e ao mesmo tempo anunciadora de um ressurgimento vindouro, de uma nova era em que o velho e o novo, o nocturno e o diurno, o visível e o invisível se caldearão para restituir à Pérsia a sua genuína face.
Samarcanda é a Pérsia de Ornar Khayyam, poeta do vinho, livre-pensador, astrónomo de génio, mas também a de Hassan Sabbah, fundador da seita dos Assassinos, a mais temível da História.
Samarcanda é o Oriente do século XIX e do dealbar do século XX, viagem num universo onde os sonhos de liberdade sempre souberam desafiar os fanatismos.
Samarcanda é a aventura de um manuscrito nascido no século XI, perdido por ocasião das invasões mongóis e reencontrado seis séculos mais tarde.
Uma vez mais, conduzindo-nos pela Rota da Seda através das mais fascinantes urbes da Ásia, Amin Maalouf deslumbra-nos com o seu extraordinário talento de narrador.
Na esteira de Edgar Allan Poe, diz-nos ele: «E agora passeia o teu olhar sobre Samarcanda! Não é deveras rainha da Terra? Altiva, acima de todas as cidades e nas mãos dela os seus destinos?»