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Clube de leitura

Porque ler é um prazer que deve ser partilhado

Clube de leitura

Porque ler é um prazer que deve ser partilhado

Marley e Eu

28.10.09, Teresa

Li o livro em 2007, sou uma apaixonada por animais e como tal este é um livro que me tocou cá dentro, porque tenho 2 "labradoodles", porque muito do que li já vivi! É um livro cheio de emoções fortes para aqueles que adoram animais. Acho que só quem sente uma verdadeira ligação com os animais é que vai amar esta história tão simples de uma família e do seu cão.


Marley e Eu é o livro que estou a ler há meses....é genial, fantástico, já todos devem conhecer a história do livro, retrata a história de cão e da sua família :) com todas as alegrias e tristezas que um animal nos proporciona ao longo da sua vida. Estou adorar a história, revejo muito do que já vivi com os meus cães, ao recordar esses momentos com eles já ri às gargalhadas e chorei, é impressionante os sentimentos que um livro nos pode fazer sentir... Aconselho o livro a todas as pessoas, quer tenham cães quer não os tenham, lê-se muito bem...tem uma linguagem descontraída, leve e a história é comum, mas tem um toque especial, quem gostar de animais vai amar o livro! (excerto do post escrito no Simplesmente meu... a 5 de Novembro de 2007)

 

Em 2009, vi a adaptação da história ao grande ecrã e apesar de não me ter desiludido, recomendo o livro para os amantes de animais.

João Aguiar:O Homem sem nome

26.10.09, Jorge Soares

 

O Homem sem nome"O poeta avançava pelo deserto e de vez em quando olhava à sua volta como se houvesse alguma coisa de ver além de céu e areia. Ao mesmo tempo ia considerando quais as razões de descontentamento - as suas e as do cavalo - eram mais legitimas. Acabou por concluir com certo sentido de justiça,  que o descontentamento do cavalo era mais pertinente. Em primeiro lugar o animal não sentira o menor  desejo de se meter pelo deserto; depois o calor era insuportável e o solo quebradiço dificultava-lhe a marcha. Para cúmulo , carregava no dorso a sua bagagem.

 

Isto quanto ao cavalo. As contrariedades do cavaleiro eram só duas: esquecera-se de fazer provisão de água e não sabia donde estava o oásis mais próximo, nem sequer se havia algum oásis. Ele pesou todas estas considerações e disse em voz alta:

 

- Espero que não te importes muito com a falta de água. Foi um esquecimento"

 

É mais ou menos assim que começa o livro "O homem sem nome" de João Aguiar.

 

João Aguiar é um escritor e jornalista português, foi um dos primeiros escritores portugueses que li quando cheguei a Portugal, eu tinha lido quase todos os livros de Gabriel Garcia Marquez, de Mário Vargas Llosa, alguns de Jorge Amado, Rómulo Gallegos e vários Latino-americanos.... e simplesmente adorei este livro, tanto que depois deste li quase todos os restantes deste escritor.

 João Aguiar

O livro é de leitura fácil e é daqueles que pegamos e não queremos largar, é a historia de um poeta, um trovador que um dia aparece de um deserto que era impossível de atravessar e como se tivesse uma varinha de condão, consegue mudar tudo o que toca, desde pessoas a países.

 

Como diz a contracapa, podemos olhar para o livro como se olha para uma história fantástica, como uma enorme lição de vida e de humanidade, ou ainda como uma sátira irónica, tudo depende do leitor,...eu tinha lido o livro em 1994, e durante a ultima semana utilizei a minha hora do almoço para reler..... e apesar de continuar a adorar o livro, desta vez foi diferente..... as descrições dos diferentes países e governos faziam-me recordar o Iraque e Sadam, ou a América e os Bush, ou ........ gostava de conhecer João Aguiar e perguntar-lhe em que é que ele estava a pensar quando escreveu o livro.

 

Um excelente livro que recomendo vivamente.... assim como os restantes do João Aguiar.

 

Post publicado inicialmente no blog:O que é o jantar?

 

Jorge Soares


 

 

Os Desaparecidos

25.10.09, emma_leiria

Os desaparecidos, de Daniel Mendelsohn, conta a história verídica e muito pessoal da procura do autor de um ramo esquecido da sua família, parentes que se dizia terem sidos «mortos pelos Nazis». Mendelshon, ainda rapaz, era invariavelmente o único interessado pela história da sua família. Quando já em adulto lhe chegam as mãos cartas antigas do seu tio-avô Schmiel suplicando ajuda aos parentes americanos perante o cerco nazi, cada vez mais apertado aos judeus na cidade polaca onde habitava, decide que tem que apurar a verdade sobre os parentes desaparecidos.

Ainda só vou na pagina 228 mas estou a gostar da escrita simples do autor, entre os meandros da procura o autor mistura a interpretação da Biblia(a parte do Genesis), de início achei um pouco chato mas com o passar das paginas já anseava por ela, deixo aqui algumas partes de uma entrevista com o autor que para mim consegue transparecer o que o leitor irá encontrar neste livro.

"Os Desaparecidos" abre com a ilustração de uma árvore genealógica, cuja legenda é: "A Família de Schmiel Jäger". Tendo em conta o que se vai ler a seguir, não teria sido mais apropriado escrever "A família de Daniel Mendelsohn"?

É a minha família, claro. O livro trata de mim, da minha busca. Mas incluí essa árvore, terminando-a na minha geração, para lembrar que Schmiel tem uma família que nunca conheceu. 

No fim do livro, ficamos a saber alguns detalhes concretos sobre os seus parentes mortos pelos nazis, mas as informações que reuniu não nos dão um verdadeiro retrato dessas pessoas. Se tivesse conseguido saber bastante mais, não lhe parece possível que, em vez de um volume de quase 600 páginas, pudesse ter escrito, paradoxalmente, um livro bastante mais curto?

Se eu tivesse sabido, na minha primeira viagem à Ucrânia, o que soube na última, ter-me-ia ficado por aí e teria escrito um pequeno volume, ou mesmo um artigo. O livro tem uma espécie de falso final, antes dessa última visita a Bolechow - quando soube ao certo o que tinha acontecido a Schmiel -, porque pensei mesmo que estava terminado. E se o tivesse acabado aí, acho que seria na mesma um livro interessante. O que me interessa é a ideia da busca, agrada-me escrever sobre procurar, e não tanto sobre o que se encontrou.

Uma das singularidades de "Os Desaparecidos" é o modo como interrompe a narração com referências à cultura clássica greco-latina e excertos comentados da Bíblia hebraica. Parece fazê-lo para justificar o modo como se propõe contar a sua história, mas também para mostrar que os acontecimentos que narra têm precedentes antigos, seguem um padrão. Como se precisasse de recuar milhares de anos para coser o pequeno rasgão temporal entre a sua geração e a dos seus avós.

É verdade, mas há outras razões. Um dos temas do livro é o modo como usamos as ferramentas que temos para perceber o passado. Pode-se ir a todo o mundo e entrevistar muita gente, mas também se pode usar essa outra ferramenta que é a literatura. Ao recorrer aos fragmentos bíblicos, tentei mostrar que as histórias que ocorrem na vida real, comigo, com a minha família, são histórias reencenadas, cujas sementes já estão brilhantemente descritas no Génesis. Por outro lado, o livro tenta perceber um acontecimento vasto e complexo, mas foca-se num grupo de seis pessoas. É um livro íntimo. Um dos motivos para a presença das reflexões em torno do Génesis é que elas expandem o foco, afastam o leitor da história íntima para o obrigar a ver que ela tem implicações muito vastas. Creio que é aí, nessa relação entre ambos os planos, que o verdadeiro sentido do livro se gera. 

Um dos temas recorrentes de "Os Desaparecidos" parece ser o dos irmãos: Abel e Caim, Schmiel e o seu avô, o seu pai e o irmão com quem ele deixou de falar, as possíveis tensões entre as duas filhas mais velhas de Schmiel, e, finalmente, a sua própria relação com Matt, o irmão fotógrafo que o acompanhou nas muitas viagens que fez para escrever este livro. Fica-se com a ideia de que esta busca comum os aproximou.

Fui procurar parentes desaparecidos e achei um, que foi o Matt. Essa é uma grande parte da história. Mas os irmãos também são uma metáfora para o que podem fazer umas pessoas a outras que lhes estão muito próximas. O que se passou na guerra da Bósnia, com os vizinhos a matar-se uns aos outros, aconteceu do mesmo modo em Bolechow durante a Segunda Guerra. 

 

 

Boas leituras 

Os Filhos dos Homens de P. D. James

25.10.09, Abigai

 
Comprei este livro em Novembro de 2006, em vésperas de ser internada para uma cirurgia.
Li-o no hospital. Lembro-me que gostei, mas passados perto de 3 anos, confesso que não tinha qualquer recordação da história. Reli-o muito recentemente e confesso que fiquei extremamente surpreendida por não me lembrar de um livro do qual gostei tanto.
  
Sinopse
Ano 2021.
Há um quarto de século que não nascem crianças. Os idosos são levados ao desespero e ao suicídio, e a última geração de jovens é bela, mas violenta e cruel. As pessoas de meia-idade tentam manter a normalidade sob o poder absoluto de Xan Lyppiatt, o carismático ditador e Guardião de Inglaterra.
Theo Faron é historiador e primo do Guardião. Vive uma vida solitária e sombria até que conhece uma jovem, membro de um pequeno grupo que procura desafiar o regime do Guardião.
Então a vida de Theo altera-se dramaticamente e ele irá viver horrores inimagináveis para proteger essa mulher e lutar contra o poder vigente.

A adaptação cinematográfica da obra de P. D. James levada a cabo pelo realizador mexicano Alfonso Cuarón, conta nos principais papéis com Clive Owen, Julianne Moore e Michael Cane.

  

Mais do que uma obra literária e do que um romance, este livro leva-nos a refletir sobre a vida e o que nos move.

O que seria do ser humano sem perspectivas de futuro, sem perpetuação da espécie?

Como reagiríamos se soubessemos que depois de nós nada virá?

Se temos ambição, se fazemos planos, não será apenas para deixar algo a quem nos sobreviver?

 

Depois desta segunda leitura, senti uma grande curiosidade em ver a adaptação cinematográfica da obra.

Apesar de preferir sempre os livros aos filmes, nunca nenhum me desiludiu tanto quanto este. Esperava melhor. O filme é simplesmente um tédio, e vários aspectos do livro foram alterados.

 

Torey Haiden:A prisão do silêncio

22.10.09, Jorge Soares

 

 

 

Deixo-vos aqui uma sugestão literária que aconselho vivamente 

 

A Prisão do Silêncio

Hayden, Torey
A trabalhar no ensino especial, Torey Hayden, psicóloga e professora, procura devolver afecto às crianças perturbadas psiquicamente. A todas une o mesmo sentimento: problemas na infância que as leva a manifestar comportamentos invulgares e preocupantes, geralmente em consequência de algum tipo de maus-tratos. Com o dom de desbloquear estes sentimentos, Torey Hayden foi chamada por um centro de tratamento para ajudar um rapaz a sair da sua prisão de silêncio. Com 15 anos, Kevin ou Zoo Boy não falava, não mudava de roupa, não tomava banho e escondia-se debaixo de mesas construindo uma jaula com cadeiras dentro da qual se encerrava. A professora trabalhou a leitura com Kevin e passo a passo o rapaz foi recuperando e quebrando o silêncio. Sétimo livro de uma autora que já vendeu 100.000 exemplares em Portugal e se encontra publicada em 20 países.

Fonte: Bertrand

 

Post publicado no Blog O Baú de ideias e copiado com a devida autorização da sua autora, a Branca

Não sei nada sobre o amor

21.10.09, Existe um Olhar

Tenho andado com alguma dificuldade em acertar na escolha dos livros para ler. Livro que não me prenda logo no início é posto de lado até que um dia e com outra disposição o consiga ler.

O título deste livro seduziu-me, depois olhei para o nome da autora e hesitei, só conseguia ouvir a voz esganiçada dela na televisão, mesmo assim arrisquei. Foi uma agradável surpresa.

Quatro mulheres da mesma família, quatro gerações com início nos anos 30. quatro formas diferentes de viver o amor, as paixões e os relacionamentos.

Ao mesmo tempo que descreve as aventuras e desventuras amorosas das personagens, a autora coloca-nos a par da situação política e religiosa em Portugal,

As transformações sociais e económicas resultantes da ditadura em que estivemos mergulhados, o medo e carência que se viveu durante a II Guerra Mundial, a liberdade que explodiu, qual prisioneira durante tantos anos encarcerada, com o aparecimento do 25 de Abril... são perfeitamente descritas e contextualizadas.

 

Sinopse:

Quando desceu ao riacho, mantilha na cabeça e coração aos pulos, Maria da Glória não sonhava que aquele encontro fortuito com o macho da aldeia iria marcar para sempre a sua vida. Esperava sair dali com namoro anunciado e quem sabe até com casamento marcado. Saiu à pressa, com a roupa ensaguentada, as tripas viradas e a semente de Maria da Purificação na barriga. Estava lançado o destino das mulheres desta família na qual as palavras prazer, carinho, paixão e amor permanecerão para sempre um mistério. A apresentadora de televisão Júlia Pinheiro estreia-se na escrita com uma história surpreendente e apaixonante sobre quatro mulheres que nada sabem sobre o amor. Ao longo destas páginas não suspiramos de amor, não nos empolgamos com casos de paixão arrebatadora, nem choramos com casamentos felizes. Somos levados numa saga familiar que se inicia nos anos 30 onde os sentimentos eram um infortúnio e o prazer uma pouca vergonha. Não Sei Nada Sobre o Amor traça o retrato de uma sociedade e de um país ao longo de quase 70 anos de história, através do olhar de Maria Glória, a avó, Maria da Purificação, a filha divorciada, Ana Clara, a neta mãe solteira, e Benedita, a bisneta, que, apesar de todas as expectativas, não se casa com nenhum príncipe encantado.
 

 

 

 

A decepção com "A História de Edgar Sawtelle"

21.10.09, mimi

 

Este foi um daqueles livros que comprei por influência de muito ter ouvido falar sobre ele, especialmente no programa conhecido mundialmente "Oprah". A expectativa era grande, ainda para mais é o primeiro romance deste escritor.

 

Fiquei completamente desiludida, não é uma história empolgante, é um tanto ou quanto mortiça, parada sem grande acção e que se desenrola muito lentamente. A meu ver poderia reduzir-se o livro para metade, é muito repetitivo. A única salvação dele é que é uma história de amor pouco vulgar. Conta a história de uma família que ao longo de gerações se dedica à criação de cães e nem mesmo o nascimento de Edgar que nasce mudo altera o percurso da família.

 

Sinopse:

Mudo desde o nascimento, Edgar Sawtelle se comunica apenas por sinais e bilhetes. Leva uma vida serena com os pais na fazenda da família, em um lugar remoto dos Estados Unidos. Ao longo de gerações, os Sawtelles criaram e treinaram uma raça de cães cujo dedicado companheirismo tem sua síntese em Almondine, a amiga e eterna aliada de Edgar. A volta inesperada de Claude, o tio paterno, leva o caos ao então pacífico lar dos Sawtelles. Após a morte repentina do pai de Edgar, Claude se insinua na vida da fazenda e conquista o afecto da mãe do menino.

Confuso e dominado pelo sofrimento, o rapaz tenta provar que Claude teve algum papel naquela morte, mas esse plano fracassa e se volta contra Edgar, resultando em novas tragédias. Ao fugir para a área florestal nos limites da fazenda, Edgar amadurece em contacto com a vida selvagem, ao lutar pela própria sobrevivência e a dos três jovens cães que o acompanharam. Contudo, a necessidade de apontar e de enfrentar o assassino do pai e a devoção aos cachorros sawtelle fazem o menino voltar para casa.

Sinto Muito

20.10.09, Miss G

foi o título escolhido por Nuno Lobo Antunes para a sua última obra.

 

Julgando pela sinopse , o livro prometia uma leitura agradável e entusiasmante: "Sinto muito" é sobre o sofrimento em geral, sobre a dor, seguida de perda, seguida de dor. Entristece o coração, mas recompensa-o grandemente, tornando-o mais leve e melhor. 
 

Prometia disse eu, mas a meu ver, ficou-se por um objectivo a atingir. Comecei a ler com alguma curiosidade, mas à medida que os episódios iam passando e o número de páginas lidas aumentava, andava já a correr atrás de uma narrativa empolgante e cativante tal como o fogo consome ferozmente o rastilho, de forma insaciável, até atingir o explosivo. Atingi o auge da leitura  apenas com o relato quase fotográfico de dois casos clínicos. Pelo meio encontrei alguns malabarismos interessantes com as palavras que não me souberam a mais do que à bolachinha a meio da manhã. 

Por isso, sou eu quem diz "Sinto muito"! O livro não vale, para mim, os euros que paguei por ele. Não tenho o coração mais leve, muito menos melhor. Sinto muito, mas vou dispensar os seus serviços, Sr. Dr. NLA !"

 

postado no Miss G e adaptado para o Clube de Leitura

Isabel Allende:Inês da minha Alma

18.10.09, Jorge Soares

Inês da minha alma, Isabel AllendeTenho um gosto especial pelos escritores da literatura fantástica latino-americana, Vargas Llosa, Garcia Marquez, Romulo Gallegos, e especialmente Isabel Allende, já li várias vezes o A casa dos espíritos, duas vezes o Paula e todos os outros livros da autora a que consegui deitar a mão.

 

Inês da minha alma é  um  livro fantástico. Conta a história de Ines Suarez, uma costureira da Estremadura Espanhola que parte para a América da conquista à procura do seu marido e para escapar à vida claustrofóbica da sua terra.

 

Esta mulher simples e humilde termina sendo uma das  conquistadoras do Chile, heroína das guerras da conquista do continente aos ferozes índios e exemplo da importância das mulheres na conquista e povoamento da América do Sul.

 

Como a maioria dos livros de Isabel Allende, este consegue misturar de uma forma mágica, o fantástico com o real, o misticismo religioso dos conquistadores/invasores Espanhois com a espiritualidade quase pagã herdada das culturas milenares pré-colombinas que já existiam muito antes do suposto nascimento de Cristo e uma história de amor com a história de um país e de um continente.

 

Tenho uma enorme proximidade com o castelhano e gosto de ler os autores latinoamericanos nesse idioma, este não foi a excepção.

 

"Supongo que pondrán estatuas de mi persona en las plazas, y habrá calles y ciudades con mi nombre, como las habrá de Pedro De Valdivia y otros conquistadores, pero de cientos de esforzadas mujeres que fundaron los pueblos, mientras sus hombres peleaban, serán olvidadas".

 

Imagem reirada da internet.

 Post publicado inicialmente no blog:O que é o jantar?

Jorge Soares

Uma trilogia fantástica

16.10.09, Miss G

A minha estreia no Clube de Leitura é feita a triplicar: A Carta Proibida, O Mapa de Vidro e O Caminho para Avignon de Lisa T. Bergren.

 

 

Como muitos dos livros que entram nas nossas vidas, também o primeiro deste trio me foi (muito bem) oferecido.

 

A história desenvolve-se em 1339, em Itália, em torno de uma profecia escrita meio milénio antes por São Paulo que proclama a existência de uma irmandade de treze homens e mulheres com poderes espirituais extraordinários.

Apesar de várias tentativas falhadas para a destruir, a carta sobrevive para se revelar no tempo da igreja inquisidora pela mãos, imagine-se, do sacerdote Piero. A ele juntam-se a aristocrata e curandeira Daria d'Angelo, o seu escravo libertado Hasani e o cavaleiro da Igreja Gianni de Capezana com a sua fé imensa, os primeiros quatro protagonistas deste thriller,  que mudarão o rumo da Igreja e da cristandade.

 

Mais que a banal dicotomia entre o Bem e o Mal, esta história está repleta de deliciosos pormenores como o cheiro a laranja e cravinhos, a descrição física dos espaços onde decorre a acção ou ainda as célebres intrigas clericais,  numa combinação perfeita entre dados históricos verdadeiros e ficção.

 

Foi difícil não consumir horas e horas a ler cada página de forma ininterrupta, emocionando-me a cada reviravolta da história: lacrimejei, suei, tremi. O meu gosto por este tema, torna-me suspeita, tanto que ao acabar de ler o último livro me perguntei se por acaso teria saído um quarto volume para continuar a acompanhar este grupo.

 

Se à partida este parece o tipo de leitura para cristãos, recomendo-o independentemente de qualquer orientação religiosa. Essencial é que goste de uma boa aventura.Prepare-se: esta história vai mexer consigo!

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