Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Clube de leitura

Porque ler é um prazer que deve ser partilhado

Clube de leitura

Porque ler é um prazer que deve ser partilhado

As Avós, Doris Lessing

30.01.10, Clara

 

 

 

"As Avós e Outras Histórias são um conjunto de quatro contos descritos pela crítica como verdadeiras obras de arte, que combinam inteligência com talento."

 

Desde que conheci (pela TV) esta senhora pela primeira vez, em 2007, um dia depois de ter ganho o prémio nobel, achei que TINHA de ler qualquer coisa dela, enfim, três anos passaram e finalmente, leio algo desta brilhante escritora, por quem nutro uma admiração imensa, mesmo sem ter lido nenhuma obra dela (pelo menos até agora!).

 

Tendo em conta que este livro está dividido em quatro histórias independentes, achei que devia, para cada uma, fazer o respectivo artigo, em vez de fazer tudo de uma vez.

Esta pequena história - "As Avós", parece, se apenas vos contar um resumo uma autêntica novela, como constatei ao falar com alguns colegas meus. Mas não, pleo contrário, embora a história pareça um tanto ou quanto estranha de mais, fala simplesmente das relações humanas e de que como as nossas acções podem ter consequências inimagináveis.

 

Liz e Roz são duas amigas inseparáveis, desde sempre. Crescem, casam, têm filhos, uma separa-se a outra fica viúva. Tanto uma como a outra são fabulosas naquilo que fazem, e aparentemente, vistas pelos outros como perfeitas. Perfeitas amigas, perfeitas trabalhadoras, perfeitas mulheres com uma família perfeita. No entanto, algo estranho sucede quando os filhos de ambas têm por volta dos dezoito anos. Uma e outra apaixonam-se pelo filho da amiga, respectivamente.

 

E depois a história corre, muito rapidamente, pelo efeito que essa realação tem nos rapazes. Ambos os rapazes casam-se com raparigas das idades deles, têm filhas... e tudo, aparentemente e estranhamente normal. (Não posso contar o fim... perderia toda a graça...).

A história começa já a meio, só depois é que se uma "analepse" e o leitor conhece a história passada de Roz e Liz, que irá culminar no fim, onde finalmente o leitor irá compreender a situação confusa do início da história, eu tive de reler novamente depois de terminar o livro essa página e meia para compreender melhor.

 

Achei esta história muito semelhante ao "Leitor" de Bernhard Schilnk. Isto porque, penso que reflecte sobre uma situação semelhante - o impacto terrível que algumas acções têm na nossa vida e que as alteram de forma irremediável, tomando conta do nosso próprio carácter.

Não li nenhuma sinopse ou opinião sobre esta história, por isso não faço ideia se o que estou a escrever é algum disparate, mas esta é a minha percepção da história "As Avós".

 

Publicado no Blogue Queirosiana

 

Apresentação

30.01.10, Clara

Não seis se costumam fazer apresentações, tentei procurar aqui no blogue, mas não encontrei.

 

Eu sou a Clara e tenho uma imensa paixão por livros. Gosto sobretudo dos clássicos. Os meus escritores preferidos são Eça de Queirós, Jane Austen, Doris Lessing e W. Somerset Maugham.

Tenho um blogue dedicado aos livros que leio, o Queirosiana. A partir de agora vou actualizar aqui, mas vou colocar alguns dos meus posts antigos.

 

Prazer em conhecer-vos!

RIO DAS FLORES

26.01.10, mimi

Vou tentar ao longo deste ano cumprir uma das metas pré-definidas por mim, que neste caso é ler pelo menos um livro por mês e fazer um post sobre o mesmo aqui e aqui.
 

 
Apesar de já ter este livro à cerca de 1 ano, só agora peguei nele para o ler. É o segundo livro desde autor que leio. O primeiro foi o grande êxito "Equador", e por isso a expectactiva era muito alta.
 

 
Antes de escrever o que penso sobre este livro, devo dizer que a minha opinião em relação a Miguel Sousa Tavares, alterou-se completamente depois de ler o seu 1º romance, "Equador". Enquanto jornalista e comentador político, achava-o arrogante, pretencioso e presunçoso. Curiosamente ao ler os seus livros a ideia que dá, é de uma pessoa completamente diferente, de alguém muito esforçado, aplicado e diligente.
 

 
Os livros de Miguel Sousa Tavares fazem-me lembrar Júlio Dinis e os seus romances que devorei na minha juventude: As Pupilas do Senhor Reitor; A Morgadinha dos Canaviais; Uma Família Inglesa; Serões da Província e Os Fidalgos da Casa Mourisca.
 

 
Sinceramente apesar de ter gostado bastante deste livro, depois de ter lido "Equador", fiquei um pouco decepcionada, porque enquanto em "Equador", ele consegue fazer divinamente a junção entre os factos históricos e o romance, aqui em "Rio das Flores", essa junção não é tão imperceptível e pareceu-me que se alongou um pouco nas descrições dos factos histórios relegando para segundo plano o romance. De qualquer das formas está muito bem escrito e o resultado final é bastante bom, pelo que aconselho.
 

 
Sinopse:
 

 
O autor faz neste romance uma crítica a tudo o que tolhe a liberdade, seja no plano mais íntimo ou nos vastos territórios da política e da sociedade de uma maneira geral. A narrativa, que conta a história de três gerações da família Ribera Flores, se inicia em 1915 com a primeira República portuguesa e os embates com os monarquistas, percorrendo os principais acontecimentos políticos, sociais e culturais que marcaram Portugal, Espanha, Alemanha e o Brasil até o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Filhos do monarquista e grande proprietário de terras alentejano Manuel Custódio, Diogo e Pedro protagonizam pólos opostos no seio familiar, mas que são reflexo dos acontecimentos externos. O primeiro, intelectual e absolutamente contrário aos totalitarismos, quer a mudança e decide deixar a mulher, as terras do clã e o Portugal salazarista para começar vida nova ao lado de uma mulata numa fazenda no Vale do Paraíba, no Brasil, em pleno Estado Novo. Pedro, no entanto, quer assegurar a permanência de sua posição de latifundiário. Chega a aderir à União Nacional e lutar ao lado dos franquistas na Guerra Civil Espanhola.
 

Publicado inicialmente em: Essência

José Saramago - Caim

24.01.10, Jorge Soares

 Caim, José Saramago

 

A Distancia não permitia a Caim perceber a violência do furacão soprado pela boca do senhor nem o estrondo dos muros desabando uns após outros, os pilares, as arcadas, as abóbadas, os contrafortes, por isso a torre parecia desmoronar-se em silêncio, como um castelo de cartas, até que tudo acabou numa enorme nuvem de poeira que subia para o céu e não deixava ver o sol. Muitos anos depois se dirá que caiu ali um meteorito, um corpo celeste dos muitos que vagueiam pelo espaço, mas não é verdade, foi a torre de babel, que o orgulho do senhor não consentiu que terminássemos. A História dos homens é a história dos seus desentendimentos com deus, nem ele nos entende a nós, nem nós o entendemos a ele.

 

José Saramago em Caim.

 

À falta de melhor, hoje na RTP as noticias sobre o Haiti durante longos minutos versaram o religioso, primeiro a missa ao lado do que resta da catedral, depois a visita a um sacerdote Vudú, uma festa evangélica com muita gente e de novo as pessoas na Catedral...  O José Rodrigues dos Santos ficou de certeza com tema para mais um ou dois dos seus livros.

 

Estava a ouvir as pessoas e não pude deixar de dar por mim a pensar em Saramago e no Caim que estou a ler, e não pude deixar de me lembrar de algumas passagens que já li. Quando escrevi o primeiro post sobre a tragédia que assolou este país que há muito tinha sido esquecido pelo mundo, houve uma frase que decidi retirar mesmo antes de carregar em Publicar, a frase dizia:

 

-Se duvidas houvesse, está visto que deus não existe!

 

Retirei a frase porque na verdade a mim não me restam dúvidas e era de ajuda que queria falar naquele dia.

 

A verdade é que se juntarmos a tragédia às palavras sobre deus que ouvi hoje na reportagem, tudo isto podia ser mais um capitulo do livro de Saramago, com José Rodrigues dos Santos no papel de Caim. Porque o livro é assim, um conjunto de reportagens  sobre os principais capítulos da bíblia, sobre deus, o homem e a relação entre ambos, uma relação feita de provas, desafios, prémios e castigos....   nada que não tivéssemos visto todos na bíblia,  mas raramente com olhos de ver.

 

Este é um livro bem escrito, eu não sou grande fã da escrita do Saramago, mas reconheço que este é um excelente livro.

 

Quanto à  história, ou às várias historias, a mim que sou ateu não me dizem muito, há muito que olho para a bíblia como um enorme guião para filmes de Hollywood, para quem acredita, talvez deveria ser um livro a ler com alguma atenção, há sempre outras formas de interpretar o livro que para muitos é sagrado.... esta é tão ou mais válida que outra qualquer.

 

Em suma, um bom livro, que a mim por vezes me fez sorrir pela clareza das conclusões, um livro que polémicas à parte, vale cada cêntimo que pagamos por ele.

 

 Jorge Soares

 

Post escrito para o blog :O que é o Jantar?

 

Quénia-Um Leve Sopro do Destino

16.01.10, Existe um Olhar

Gostei de ler este livro, é de fácil leitura e compreensão.

A escritora descreve com mestria e profundo conhecimento, os hábitos, costumes, tradições e paisagens dos quatros locais onde toda a história se desenrola: Sintra Alentejo, Londres e África.

 

Quénia- Um Leve Sopro do Destino é uma saga familiar brilhantemente arquitectada, que desde logo nos cativa pela originalidade do enredo e pelo halo de mistério que envolve as personagens.

 

Alexandra Wakeley é a viúva recente de um inglês abastado nascido no Quénia. Profundamente devastada pela perda do seu grande amor, refugia-se num limbo de memórias e recordações, sem esperança de voltar a amar. Mas a vida toma por vezes, rumos  imprevisíveis que nos surpreendem com novas oportunidades. E é assim que Alexandra descobre, entre os papéis da sogra recém-falecida, uma carta secreta e enigmática que virá alterar para sempre o seu destino. Um romance admirável, de grande beleza literária, que trata com extrema sensibilidade os afectos mais caros à alma humana.

Feitiços de Amor

12.01.10, Teresa

Feitiços de Amor de Barbara Bretton, um livro ligeiro. É daquelas histórias femininas de trazer por casa,  não contribuem em nada para a cultura geral, não nos ensinam nada, mas que mesmo assim nos fazem sentir tão bem e dão-nos um prazer literário que só por si compensa tudo!

 

A vida em Sugar Maple podia ser como  a de outra vila qualquer...não fosse esta vila turística esconder um segredo de todos os seus visitantes, esta é uma terra encantada onde habitam todos os seres míticos, mágicos e até aterradores de todas as histórias, fadas, duendes, vampiros, feiticeiras, gnomos, todos vivem em Sugar Maple e todos passam despercebidos...ahh e claro, Chloe Hobbs, a única que não tem poderes mágicos e que tem a difícil tarefa de proteger a sua terra, para isso terá que se apaixonar... Tudo é perfeito, até ao dia em que ocorre o primeiro crime na vila e um polícia humano, Luke MacKenzie, é destacado para investigar o crime e viver na vilazinha onde nada de errado acontece! Será que esta vila é assim tão perfeita? Será que a Chloe consegue "resistir" a um humano? Será que o amor é mais forte que todos os poderes mágicos...esta é definitivamente um história de encantar!

A Casa na Praia

11.01.10, Existe um Olhar

Fiquei com curiosidade em ler algo sobre esta escritora, depois de ter lido a opinião deixada aqui sobre o livro Luz na Neve.

É um livro que se lê rapidamente e que nos prende, contudo estava á espera de uma melhor descrição de momentos que eu considerei importantes, mas onde as palavras  não conseguiram expressar com intensidade as partes mais empolgantes.

Não quero com isto dizer que não se trata de um bom livro, apenas e talvez, tenha criado expectativas demasiado elevadas ácerca do conteúdo.

 

Sinopse:

Quando casou Sidney estava perdidamente apaixonada pelo marido Andrew, um piloto de aviões carismático e aventureiro.

Mas o medo de o perder num acidente de aviação quase a leva á loucura, deixando-lhe apenas uma alternativa: o divórcio.

Quando voltou a casar, Sydney acreditou que nada tinha a temer, afinal Daniel era um jovem e pacato médico. Mas o destino pregou-lhe uma partida e o seu segundo marido, morre subitamente no hospital onde trabalha.

Desencantada e sem rumo, a jovem viúva aceita um emprego de Verão, na magnífica costa de New Hampshire.

O que ela não podia imaginar era que o amor ainda lhe reservava grandes surpresas.

Envolvida num surpreendente triângulo amoroso feito de velhas rivalidades e segredos amargos, é obrigada a ver para além das aparências e a questionar as suas opções do  passado.

Porque o coração obedece a regras indecifráveis, Sidney descobrirá por si própria que amar é o maior e o mais compensador de todos os riscos.

Haruki Murakami:A Sul da Fronteira, A Oeste do Sol

04.01.10, Jorge Soares

A sul da Fronteira, a Oeste do Sol

 

 

Haruki Murakami...

 

Sou fã, sem dúvida alguma.

 

Terminei ontem de ler A Sul da Fronteira, A Oeste do Sol e achei o livro maravilhoso.

 

Não são livros de leitura fácil. Não que tenham tramas demasiado complexas, nada disso. Apenas não são leituras para tomar de ânimo leve. Conheço pessoas que leram e não gostaram. Mas isso deve-se a não lerem nas entrelinhas, a não compreenderem determinados estados de espírito, determinados conceitos e não se abstrairem daquilo que conhecem como realidade.

 

Compreendi no todo o final da história. Sei que muitas pessoas que conheço não compreenderiam.

 

É uma história que recomendo a quem ama, a quem amou e principalmente a quem pensa que ama, tomando tudo como garantido e que pensa que o passado nunca nos trama em qualquer esquina...

 

Os dias continuam de chuva e tinha prometido passar mais tempo nos braços do meu sofá, não foi?

 

Post gentilmente cedido pela Smootha do Lua Secreta