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Clube de leitura

Porque ler é um prazer que deve ser partilhado

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Porque ler é um prazer que deve ser partilhado

Love You More, da Lisa Gardner

25.05.11, claudia

 

Durante as férias li um livro que me surpreendeu: Love you More, da Lisa Gardner.

Não se enganem pelo título, não tem nada de romance e está bem longe de uma história cor-de-rosa de amores e desamores e enredos de novelas.

É um policial. Uma história que nos prende, ao acompanharmos uma investigação, do ponto de vista da acusada e fugitiva e dos detectives que tentam solucionar o caso.

Poderia ser mais um policial entre tantas histórias de polícias e ladrões, mas ao brincar com as linhas do amor entre uma mãe e uma filha, a escritora assusta-nos e enternece-nos ao mesmo tempo. Sem dar conta, vamos lendo e querendo ler o que ainda não chegou, esperando que o final da história seja aquele que gostaríamos que fosse.

Os cadernos secretos de Agatha Christie

17.05.11, Miss G

 

Muito antes de saber realmente quem era Agatha Christie, já me deliciava a assistir à série de uma das suas personagens mais emblemáticas: Hercule Poirot. A leitura deste livro, foi, aqui confesso, altamente impulsionada pelo secretismo que o título sugere.

 

A sinopse disponível conta:

Em 1976, aos oitenta e cinco anos de idade, morria Agatha Christie, a escritora mais famosa do mundo. A sua obra estava publicada em mais de cem países e os seus livros haviam vendido cerca de dois mil milhões de exemplares. Agatha Christie conseguira o impossível: desde a década de 1920 que escrevia mais de um livro por ano, e todos eles eram incríveis bestsellers mundiais. A sua imaginação prodigiosa, bem como o seu alucinante ritmo de trabalho, causam ainda hoje grande perplexidade.

As pistas para os seus métodos e personalidade veriam a luz do dia em 2004, ano da morte de Rosalind, filha da autora. Na mansão da família, foram encontrados os cadernos privados de Agatha Christie: um extraordinário legado de setenta e três volumes escritos à mão! Mas foi apenas quando o arquivista John Curran começou a decifrá-los que a verdadeira dimensão deste tesouro se tornou óbvia. Neste livro, ele desvenda os grandes segredos da Rainha do Crime: as origens dos seus carismáticos detectives e enigmas surpreendentes, enredos alternativos, cenas eliminadas, e até mesmo planos para livros que não chegou a escrever. A investigação de John Curran revela uma grande quantidade de material nunca antes publicado, e inclui duas histórias completamente inéditas: "O Incidente da Bola do Cão" e "A Captura de Cérbero".
 
Este é sem dúvida alguma um livro para christianos, aqueles que respiram Agatha e conhecem todas as suas histórias, as suas personagens e intrigas. Como apenas conhecia Poirot da televisão e Miss Marple era para mim um nome familiar mas nao personificável ou associável a qualquer autor/-a, fiquei um pouco perdida no meio de tantos suspeitos, locais, intrigas e outros detalhes dos contos e policiais.
Ao contrário da maioria dos livros que tenho lido, pouco mais tenho a dizer para além do que a sinopse elucida.  No entanto, aqui ficam alguns excertos:
 
"Nunca deixa de me espantar o facto de, mais de trinta anos volvidos sobre a sua morte, todos os aspectos da vida e obra de Agatha Christie continuarem a despertar um tão febril interesse (...) tudo o que tem a ver com a pessoa atrás dos livros. Este é um trabalho (...)altamente pessoal e sem a mínima dúvida um pedaço de história da literatura"  Prefácio, Mathew Prichard (Neto de A.G.)
 
"tenho a certeza de que há uma caneta por aqui algures... É melhor anotar isto enquanto ainda está fresco- pode-se mudar mais tarde.."
"Quem vou assassinar? A estudante estrangeira... não (...) alguém muito inesperado... o senhor da mansão? não, demasiado chavão... precisa de ter impacto... e um desconhecido? mas quem...?"
 
Post inicialmente publicado em Miss G

Mário Vargas Llosa - O sonho do Celta

08.05.11, Jorge Soares

O sonho do Celta

 

Vargas Llosa é um dos meus autores favoritos, o seu livro anterior, Travessuras da menina má, foi um dos melhores que li nos últimos tempos, entretanto o escritor ganhou, com todo o mérito, o prémio Nóbel da literatura e eu estava algo ansioso por ter nas minhas mão este seu O sonho do Celta.

 

Bom, há muito que não me custava tanto terminar de ler um livro, é verdade  que este é enorme, são mais de 400 páginas no estilo característico do Vargas Llosa em que as várias partes da história nos vão sendo mostradas de forma intercalada, capítulo a capítulo, até que no fim tudo faz sentido. Mas este não é definitivamente um livro fácil de ler.

 

Estará a meio caminho entre a biografia e o romance, talvez o poderíamos classificar como uma biografia romanceada em que se conta a história de vida de Roger Casement, um Irlandês que foi cônsul da Inglaterra no Congo Bélga do fim do século XIX, que primeiro no Congo e depois na Amazónia Peruana, dedicou uma parte da sua vida denunciar a forma como eram tratados os nativos africanos e americanos pelas grandes companhias que se encarregavam da extracção da borracha. As denuncias deste senhor tiveram uma enorme influência na forma como a Europa de fins do século XIX e inicio do século XX, passaram a olhar para o colonialismo e a extracção dos recursos naturais em África e na América.

 

Com o tempo Casement passou a olhar para o seu próprio país quase como uma colónia Inglesa,  torna-se um nacionalista que luta pela liberdade da Irlanda e um inimigo da Inglaterra. Após a mal sucedida revolta  da Páscoa,  termina condenado à morte e é desde a prisão que nos vai mostrando muitas vezes com uma enorme crueza e realismo, todo o seu percurso de vida e as suas passagens por África e América. Pelo meio damos conta da sua homossexualidade através das anotações que este vai escrevendo no seu diário.. pairando sempre a dúvida se esta será real ou fruto da imaginação do inglês e se aquilo que se escreve será o que realmente aconteceu nestes encontros sexuais ou o que ele desejaria que tivesse acontecido

 

Em suma, este é um bom livro que tem uma leitura por vezes pesada e até dificil e que nos leva até uma parte da história que poucas vezes foi contada com tanto realismo.

 

Sinopse: O Sonho do Celta baseia-se na vida do irlandês Roger Casement, cônsul britânico no Congo belga, em inícios do século XX, que durante duas décadas denunciou as atrocidades do regime de Leopoldo II. Este homem, amigo de Joseph Conrad (e que o guiou numa viagem pelo Rio Congo, revelando-lhe uma realidade mais tarde retratada no romance Coração das Trevas), teve uma vida extraordinária, plena de aventura. Acérrimo defensor dos direitos humanos ‹ como também o comprovam os relatórios que redigiu durante a estadia na Amazónia peruana - militou activamente, no fim da sua vida, o nacionalismo irlandês, acabando condenado à morte por traição e executado.

 

Post do O que é o jantar


Jorge Soares