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Clube de leitura

Porque ler é um prazer que deve ser partilhado

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Porque ler é um prazer que deve ser partilhado

O Codex 632 - José Rodrigues dos Santos

07.11.09, DG14RSN

 

Quando se trata de leitura, quer se seja um devorador ávido de livros ou um penoso e sofrido leitor esporádico, é impossível evitar uma certa tendência linear. Inconscientemente, acabamos sempre por eleger um determinado estilo de escrita, um tipo de história, tema e escritor como primeira escolha.

 

Eu, sou dos que adora livros. Vicio-me em qualquer um e não consigo parar de ler a partir do momento que começo. Ao longo do tempo fui adquirindo um gosto especial por livros que abordem uma intensa aventura de investigação e que se consiga relacionar com questões históricas. Nesta classe, há dois autores que destaco claramente: Dan Brown e José Rodrigues dos Santos.

 

Evitando a habitual tendência de importação, vou-me dedicar ao autor nacional.

 

O destaque que, pessoalmente, lhe confiro não se deve ao seu estilo de escrita. Deve-se, isso sim, à espantosa investigação por detrás das obras e à capacidade de interligar factos soltos que possam interagir na situação criada. Consegue fazer-nos pensar duas vezes nas possíveis implicações existentes entre coisas que antes pensávamos não estarem ligadas de forma nenhuma.

 

Há que reconhecer porém, que apesar de os livros se centrarem num romance leve e simples, com personagens simpáticas, frescas e agradáveis, há uma falha recorrente. Trata-se da cadência com que as informações são debitadas. A forma dos diálogos é, geralmente, tão filosófica que chega a ser difícil de acompanhar.

 

É, no entanto, um facto aceitável pois  tratam-se de matérias muito avançadas e de tal maneira teóricas que se torna difícil explicar de uma forma a que toda a gente compreenda, sem perder o teor do conteúdo (é preciso recordar que nem todos estudam, por exemplo, a física quântica).

 

Um outro pormenor é apercebido por aqueles que começam a acompanhar com maior regularidade as suas obras. Em grande parte dos seus romances históricos e científicos, a personagem principal é sempre a mesma. Porém, é difícil fazer uma ligação cronológica entre as histórias, sendo que, apesar de manter sempre o carácter mulherengo (o que confere leveza e graça ao romance), não é clara a sua árvore genealógica e de relações amorosas. Por outro lado, a escolha desta personagem leva a situações muito semelhantes entre livros e a desfechos muito equivalentes. Embora esta condição possa parecer uma falta de originalidade, na verdade, a meu ver, deve ser encarado como sendo um grande cuidado em manter as características de personalidade de uma personagem chave em livros distintos, o que é de enaltecer.

 

Restringindo-me a um único título, foco o “O Codex 632”. É um romance que se pode considerar ter duas histórias distintas dentro do mesmo livro. Enquanto relata a aventura de um historiador na senda de conhecer a verdadeira história de Cristovão Colombo, aborda também os seus problemas conjugais e familiares durante o desenrolar da investigação, relatando as dificuldades matrimoniais quando se tem um filho com uma deficiência de nascença.

 

O meu realce, porém, centra-se no tema da investigação. Ao investigar os mistérios que envolvem a identidade do descobridor da América, toca na História de Portugal, agrupando e interligando com inteligência factos, mitos, questões e incongruências dos relatos da época, culminando numa interessante descoberta muito ao estilo da “Teoria da Conspiração” acerca da sua nacionalidade e possíveis razões para a grande falta de documentação sobre a sua identidade.

 

Resumindo, é um livro que recomendo a todos os que adoram História e mistérios envolvendo factos verídicos. Bem como o autor!

 

6 comentários

  • Sem imagem de perfil

    sporting

    16.02.10

    Boa tarde,

    desculpe ser bastante incomodativo, e um pouco chato, mas gostaria de perguntar se me era capaz de fazer um "resumo" deste livro ( CODEX 632 ) depois te ter lido o comentário das personagens fiquei bastante curioso, sei que podia ler o livro mas antes gostaria de ler o seu resumo por favor.

    mais uma vez peço desculpa, mas espero pela resposta, obrigado :)
  • Imagem de perfil

    Jorge Soares

    16.02.10

    A mim parece-me que alguém tem um trabalho escolar para fazer sobre o livro e está à espera que alguém o faça para ele...será?

    Jorge
  • Sem imagem de perfil

    sporting

    16.02.10

    Sim é um trabalho escolar, mas eu é que escolhi este livro porque o tenho em casa. Escolhi este porque já li muitos resumos e achei interessante.

    Podia ter escolhido outro livro mais fácil para resumir mas como gostei deste, escolhi este.

    Mas poderia-me ajudar, ou não ?

    peço desculpa :)
  • Imagem de perfil

    DG14RSN

    16.02.10

    Para um "verdadeiro" resumo, dada a extensão da história e as conotações que dela se podem extrair, teria que me dedicar a um artigo extremamente longo e enfadonho. Não que tal me custe, mas creio que não seja isso que pretende. Desta forma, deixo-o com uma "sinopse pessoal" sobre o livro, na esperança de que seja o que espera.
    Para um "verdadeiro" resumo, dada a extensão da história e as conotações que dela se podem extrair, teria que me dedicar a um artigo extremamente longo e enfadonho. Não que tal me custe, mas creio que não seja isso que pretende. Desta forma, deixo-o com uma "sinopse pessoal" sobre o livro, na esperança de que seja o que espera.

    Um ilustre professor da Universidade Nova de Lisboa, Tomás Noronha, é contratado por uma influente organização norte-americana com o objectivo de continuar e concluir o trabalho de um velho e famoso historiador português, recentemente encontrado morto. Este andava, em nome da associação, a realizar uma profunda investigação à História da Descoberta do continente americano.
    Tomás Noronha, retomando o labor na ponta onde havia sido abandonada, é apanhado de surpresa pelo facto de todo o trabalho e conclusões já retiradas estarem fortemente codificados. “Que razões teria um historiador para esconder tão fortemente a sua pesquisa?”
    À medida que se vai inteirando, de forma gradual, do processo transacto, é confrontado com a crescente possibilidade de Cristóvão Colombo não ter a identidade que actualmente julgamos ser a sua. A esta teoria juntam-se dados cronológicos e factos estranhos que ensombram a possibilidade de, efectivamente, ter sido este navegador o verdadeiro descobridor da América.
    Paralelamente a esta investigação, há um pesado drama romântico, em que a personagem principal, Tomás, se envolve com uma vistosa estudante sueca, procurando nesta refúgio das dificuldades que o seu casamento atravessa devido aos graves problemas de saúde da sua filha.
    O clímax do livro dá-se aquando da descoberta final de que, na verdade, Cristóvão Colombo não é genovês, mas sim um espião português, descendente da classe aristocrática nacional. Por esta altura, Tomás percebe que o seu antecessor havia codificado as suas conclusões porque a associação era composta por descendentes de genoveses que pretendiam manter a História para sempre dessa forma, eliminando as remanescentes provas que ditavam a verdade.
    No fim, tudo acaba de forma trágica para Tomás. Acaba por descobrir, da pior forma, que a estudante com quem mantinha um caso extraconjugal era, na realidade, uma espiã a soldo da organização que o contratara para que se certificasse que este dava todas as informações que tinha em posse. O caso é descoberto pela sua esposa e, para desespero da personagem principal, a história termina com a morte da sua filha após uma complicada intervenção de urgência.

    "Resumidamente", estes são os principais aspectos a realçar do livro. Para algo mais pormenorizado acho que só lendo mesmo o livro.
  • DG14RSN, obrigado pelo excelente resumo ...
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