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Clube de leitura

Porque ler é um prazer que deve ser partilhado

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Ensaio sobre a Cegueira

24.11.09, mimi

 

Mesmo depois de toda a polémica sobre o último livro de Saramago "Caim", a minha opinião mantém-se, apesar de não ser igual para todos os seus livros. Os que mais gostei foram "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" e este sobre que vou escrever. Por exemplo "A Jangada de Pedra" já não gostei tanto.

 

 

 

 

 o livro "Ensaio sobre a Cegueira", de José Saramago é um dos livros mais inquietantes, angustiantes, lúcidos e verdadeiros que alguma vez li.

É daqueles livros que depois de serem lidos, passe o tempo que passar, nunca se esquecem.

Para quem não leu, aconselho vivamente a sua leitura.

Já li este livro à uns 2 ou 3 anos e acho que não estava preparada para o que ia ler, porque até aí só tinha lido romances, policiais, etc., livros que no final acabam todos felizes.

Sinceramente, ouve passagens do livro que recordo, me impressionaram de tal maneira, que tinha que parar a leitura, porque ficava com um nó na garganta, e voltava mais tarde ou passado uns minutos. Mas no fim é um daqueles livros que nos deixam a pensar, não durante alguns instantes, mas durante dias e semanas.

Foi um dos livros que me fez crescer e ver que a vida não é feita só de coisas boas.

 

 

Este livro retrata uma cidade que de repente é atacada pela "Cegueira Branca", em que toda a população gradualmente fica cega, excepto uma pessoa. (Obviamente Cegueira é uma metáfora para a realidade que as pessoas vivem, porque apesar de olharem não vêm a verdade, ou só vêm o que lhes interessa).

O mundo está a tornar o indivíduo cada vez mais virado para si próprio, tudo o que importa são as nossas vontades, os nossos objectivos, os nossos sucessos, os nossos fracassos, etc.

Este livro alerta-nos para a dura realidade, que a humanidade perdeu a capacidade de viver em comunidade.

Deixámos de olhar para o lado, para o próximo, porque estamos sempre com pressa, atrasados, com horários a cumprir, com mil pensamentos ao mesmo tempo.

 

A única pessoa da obra que não é atacada pela "Cegueira Branca", é a mulher de um médico, porque preocupou-se primeiro com quem ama e depois consigo.

 

A verdade é que todo aquele, que não vê aquilo que está ao seu redor, ou que diz respeito ao próximo e que só vê o que lhe diz respeito é cego.

 

Este livro só veio confirmar, se ainda fosse necessário essa confirmação, porque José Saramago foi Prémio Nobel da Literatura.

 

 

PS: Post publicado inicialmente no Pepita

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